NUNCA, JAMAIS utilize expressões genéricas!!
Recentemente, fiz uma importante consultoria sobre o estado da arte do greenwashing no mundo, sob o enfoque de Direito do Consumidor. Revi normas já conhecidas, estudei novos regramentos públicos e privados, desde América do Norte até Australia.
O não uso de expressões genéricas é a primeira regra de todas as normas globais sobre comunicação de sustentabilidade e transparência.
Todas...
Abaixo, indico algumas destas normas:
Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 31, exige informação precisa, específica, clara e em língua portuguesa
Código de Autorregulamentação Publicitária do CONAR e Manual da Associação brasileira de Anunciantes (ABA): ambas recomendam o NÃO uso de expressões vagas
Diretrizes para o Fornecimento de Informações Sobre a Sustentabilidade dos Produtos da ONU: Um dos princípios de comunicação e transparência é a clareza, ou seja, o estabelecimento explícito, fácil de entender sobre o atributo de sustentabilidade que é ressaltado.
Entendam: afirmações genéricas podem ser interpretadas de 1001 formas pelas pessoas, gerando enganosidades.
Expressões amplas demais dizem muito e, ao mesmo tempo, não dizem nada.
As fotos abaixo falam por si só:
As pessoas confirmam que não é possível entender o que este rótulo quer dizer.... Quais são os exatos benefícios e diferenciais ambientais e sociais deste produto? Os benefícios são relevantes? Tem comprovação?
Obs.: sim, eu também entrei no site para ver se tem informações mais assertivas, mas.... não as encontrei.
Essa comunicação está tão genérica que desperta desconfiança.. E esse é o principal problema do uso de expressões amplas e dúbias. Pode até ser que a empresa tenha sim iniciativas e metas. Porém, a má qualidade da comunicação faz cair por terra o valor das iniciativas e gera riscos reputacionais, éticos e jurídicos. As pessoas não entendem quais são as iniciativas sociais e ambientias que tornam o produto diferente dos demais disponibilizados no mercado.
(Claro, para chegar à conclusão mesmo de que é greenwashing, precisaria de uma análise aprofundada, oitiva da empresa, análises documentais, etc. A avaliação de casos suspeitos de greenwashing é sempre complexa).
No entanto, a recomendação é: Use expressões específicas, diga exatamente qual é a vantagem social ou ambiental de seu produto, marca ou empresa. Não use ämigo do meio ambiente", "salvamos o planeta" , "produto sustentável" , entre outras expressões vagas.
Letícia Caroline Méo é Consultora ESG, Consultora em Sustentabilidade, Advogada em Projetos Sociais e Ambientais, Palestrante (TEDx Speaker) e Professora. Especialista em Normas e Boas Práticas de Comunicação de Sustentabilidade e Transparência (anti greenwashing).
Mestre e Pós Graduada em Direito, também é autora do Livro Greenwashing e Direito do Consumidor: como prevenir ou reprimir o marketing ambiental ilícito.
Conheça meu trabalho e algumas palestras, artigos e entrevistas que participei.
Para trabalharmos juntos, entre em contato pelo email: leticia@leticiameo.com.br
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