top of page
Foto do escritorLetícia Méo

Desserviço ao Consumidor - o mundo dos cosméticos (falsificados)



Vocês já assistiram à nova série do Netflix, chamada Desserviço ao Consumidor?

Se ainda não viram, é uma ótima indicação sobre empoderamento dos consumidores e publicidade enganosa.

O primeiro episódio é chocante. Trata do mundo dos cosméticos que atualmente move mais de 500 bilhões de dólares americanos e, nos próximos 5 anos, deve movimentar mais de 800 bilhões de dólares.

Embora já saibamos dos perigos trazidos por cosméticos de baixa qualidade para a nossa saúde e para o meio ambiente , o episódio mostra - com provas - a existência de um mercado enorme de venda e compra de produtos falsificados.

Esses produtos são comercializados, em sua maioria, por lojas online, que os vendem como se fossem produtos originais. A identificação da arapuca não é fácil, em razão do aprimoramento das técnicas de falsificação das embalagens, dos rótulos e do próprio produto.

A série mostra que os consumidores são enganados e expostos a cosméticos de baixa qualidade, cuja produção não segue nenhuma norma sanitária e/ou trabalhista. Há cosméticos que contem fezes e urinas de animais, metais pesados, bact~erias, materiais utilizados em construção, substâncias já comprovadamente causadoras de câncer e sérias infecções.


Há, inclusive, o relato de uma mulher que adquiriu um batom e, ao utilizá-lo, seus lábios ficaram seriamente grudados; o resultado da análise química daquele produto demonstrou que o batom havia sido fabricado com uma cola de alta intensidade que não deve ser utilizada para a produção de cosméticos.

No Brasil, o segmento de produtos de beleza movimenta quase 5 bilhões de reais. Certamente, também estamos submetidos ao mesmo comércio ilegal de cosméticos falsificados, Há diversas notícias que tratam desse assunto, como a reportagem divulgada pela Record, que informou o fechamento de uma fábrica de produtos falsificados no interior de São Paulo, em 2018.


O Código de Defesa do Consumidor prevê graves consequências contra a publicidade enganosa, como indenizações coletivas, substituição dos produtos, recall, suspensão das atividades das empresas, multas administrativas, dentre outras. Há a possibilidade, inclusive, de buscar a responsabilidade cível solidária dos vendedores dos produtos e a responsabilidade criminal dos falsificadores.


Há diversas alternativas jurídicas previstas para amparar o consumidor, devendo se analisar em cada caso concreto qual é a possibilidade de tutela trazida pela lei e quem é o responsável legal pela produção e pela comercialização do produto.


No entanto, os falsificadores são ágeis tanto em produzir, quanto em comercializar e se esconder. Como, então, o consumidor pode buscar defesa contra essas situações de difícil rastreabilidade?

Como o mercado movimenta milhões e milhões de produtos, torna-se impossível para o poder público - sozinho - impedir a entrada no país de produtos falsificados ou localizar e combater esse crime no próprio território nacional. As empresas cujos produtos são falsificados também não possuem controle absoluto e poder fiscalizatório sobre todos os cosméticos não autênticos colocados em circulação.


Por essa razão, é extremamente importante que o consumidor compreenda que ele também possui poder para alterar o mercado e impedir a comercialização de cosméticos falsificados. Ele é responsável não apenas pela própria saúde, mas também com a sociedade que o cerca.


Quanto menos produtos de beleza falsificados forem adquiridos, mais a procura por esses cosméticos ilegais será reduzida e, por conseguinte, menos produtos serão fabricados. O consumidor deve compreender que, além de uma pessoa a ser protegida por nosso ordenamento jurídico, ele também é o elemento essencial da cadeia produtiva; tudo é feito e fabricado para que o consumidor adquira, de modo que ele possui uma força inquestionável para ajudar a excluir do mercado os maus fornecedores e produtos.


Nesse contexto, fiquem atentos, consumidores, e confiram sempre se o cosmético tem aparência de falsificado. Seguem algumas dicas para a avaliação:

  • Desconfie de preços muito abaixo do que os cotidianamente aplicados pelas marcas dos cosméticos;

  • Comprem produtos de beleza apenas em lojas físicas ou online de plena confiança, inclusive das próprias marcas fabricantes.

  • Ao comprar pela internet, verifique em sites - como o Reclame Aqui - se há muitas reclamações relacionadas àquela empresa, inclusive sobre possível venda de produtos falsificados.

  • Fique atento ao rótulo e verifique se possui informações completas sobre composição, data de validade, fabricante, telefone do sistema de atendimento ao consumidor.

  • Verifique se a embalagem está em bom estado, se a impressão é nítida, com cores vivas que seguem o mesmo padrão dos produtos originais.

  • Confira a textura, o cheiro e a cor do produto.

  • Veja se a embalagem abre e fecha de uma forma adequada. Muitos produtos falsificados são difíceis de abrir ou não fecham corretamente.

  • Verifique os códigos de barra. Há aplicativos disponíveis para fazer essa verificação no celular.

  • Em caso de dúvida, não adquira o produto! Sua saúde, o meio ambiente e toda a sociedade agradecem!

5 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page